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26 de junho de 2025

Cenas da unidade transatlântica

 Quem se lembra dos "comentadores" se ufanarem de que "graças à agressão russa a unidade dos países da NATO e UE saiu reforçada". Onde isso já vai... Esta narrativa passou à história e não conseguem disfarçar as divergências, mesmo insistindo na "ameaça russa". O espantoso é que os que recusaram ou sabotaram tratados de segurança mútua, acordos, tratados de paz, agora dizem-se ameaçados.

Quanto às fantasias do aumento das despesas militares - até 5% - como oportunidade para desenvolvimento económico e tecnológico, a sua miopia política não dá para ver o endividamento, a desindustrialização, os problemas sociais dos EUA.

A cimeira do G7 foi um fracasso. Trump saiu mais cedo "para tratar doas assuntos do Médio Oriente". Culpou Obama e Trudeau por expulsarem a Rússia do G7 em 2014, chamando isso um erro. Lançou a ideia de deixar a China entrar no grupo. Quanto a mais sanções à Rússia, Trump contestou, dizendo que elas custavam ao Ocidente "uma quantidade enorme de dinheiro", e Macron foi criticado por sugerir que Trump mediasse as negociações entre Irão e Israel. Trump respondeu: "Emmanuel sempre erra."

Enquanto isto, a Rússia realizou o Fórum Económico de S. Petersburgo, com a participação dos BRICS e parceiros, OCX, UEEA, países africanos, árabes, etc., mais de 20 000 convidados, de 140 países, incluindo representantes empresariais dos EUA. O Fórum evidencia uma mudança crescente no cenário económico mundial em que a liderança da agenda de cooperação, desenvolvimento e inovação não pertence mais ao ocidente.

Onde fica a UE/NATO? Ao qualificar-se este grupo como a "Europa", mostra terem-se excluído do bloco euroasiático, que ignora as suas sanções e despreza o seu papel na Ucrânia. A estagnação é geral com 1,1% de crescimento, 0,9% na zona euro. No entanto, a paranoia persiste e vão 35 mil milhões de euros para Kiev. Cinco países estão em recessão: Alemanha, Áustria, Finlândia, Estónia e Letónia, estes últimos com despesas militares de 5% do PIB...

Mas o que era de esperar quando se escolhem personagens como van der Leyen, Kaja Kallas, anteriormente o Borrell, e na NATO uns inconsequentes, como o Stoltenberg ou o Mark Rutte ("a Ucrânia na NATO é irreversível" - embora já tenha dito o contrário). O facto é que esta Europa é mantida, por culpa própria, à margem de importantes decisões geopolíticas. Já nem sabe ter voz própria, tudo o que espera é continuar a obedecer à ordens de Washington, assim elas venham. A van der Leyen está a ser investigada no caso Pfeizergate. Kaja Kallas provocou indignação ao afirmar que a Irlanda não foi reprimida [pela União Soviética] como a Estónia e por isso hesita em financiar a Ucrânia. A eurodeputada irlandesa Kathleen Funchion reagiu, chamando Kallas de "ignorante da história", citando atrocidades como o Domingo Sangrento, exílios forçados e repressão cultural na Irlanda, exigindo um pedido formal de desculpas por escrito. 

A Rússia olha para a UE de forma diferente. Diz Medvedev: a nossa posição firme era impedir a adesão da Ucrânia à NATO, visto que a expansão em direção às nossas fronteiras era e continua sendo uma ameaça direta à segurança nacional da Rússia. Mas a UE tornou-se uma organização politizada, globalista e cada vez mais raivosamente russófoba. Os políticos europeus idiotas dos últimos anos têm feito tudo para destruir a imagem da UE como um gigante económico que evita guerras e discórdias entre as potências europeias. Agora, a sua principal ideologia é russofobia selvagem, alimentada por uma imaginária "ameaça russa". A UE quer transformar-se num bloco militar autossuficiente, os líderes míopes da UE proclamam uma estratégia de defesa, própria e anunciam o início de uma "era de rearmamento". Essa transformação grotesca também serve o objetivo de armar o regime neonazista de Kiev para torná-lo invulnerável à Rússia. Foi a UE que assinou um acordo com o líder ilegítimo de uma Ucrânia moribunda, com compromissos de longo prazo para garantir sua suposta segurança. Foi a UE que forneceu armas e equipamentos aos capangas Banderistas e construiu fábricas militares em seu território. Enviou instrutores para treinar militantes ucranianos para realizar ataques terroristas na Rússia. Bruxelas hoje é uma verdadeira inimiga da Rússia. Em sua forma pervertida, a UE representa uma ameaça tão grande para nós quanto a NATO. É exatamente assim que devemos tratá-la.

Na cimeira anual da NATO a Ucrânia não foi listada como prioridade. Zelensky não recebeu nenhuma das boas-vindas heroicas das cimeiras anteriores. A declaração final não mencionou a adesão à NATO. A ajuda da era Biden esgota-se neste verão e não há nenhuma nova ajuda americana desde que Trump assumiu o cargo. A UE prometeu mais, mas não o suficiente para colmatar a lacuna. 

Entretanto, a ofensiva da Rússia continua e à medida que a Ucrânia perde terreno, os conselheiros ligados à NATO passaram à fase da Ucrânia usar táticas idênticas à do Estado Islâmico, atacando a infraestrutura civil russa. Foi citado o manual de guerra de drones do ISIS de 2018 como modelo. Enxames de drones propostos para ddestruir pontes de aço (usados nos ataques de Bryansk/Kursk em junho). Por trás desta estratégia está o Projeto Alquimia, grupo secreto principalmente dos EUA e Reino Unido, incluindo conselheiros do Pentágono.

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